Tuesday, December 11, 2007

Desculpas esfarrapadas.

De alguém sem tempo.


O tempo faz de min objeto frigído.
Não me permite o tempo, tempo.
Não me permite o tempo a vida.
Não me permite o sincronismo de viver no tempo vivo.
Dá a min prazeres instantâneos e repentinos , e mal os posso aproveitar.

Friday, November 23, 2007

Coluna: O viver me provoca.

Estava escrito:Cidade Limpa.

Não sei se todos concordam , mas há níveis ,barreiras mesmo, em que qualquer ser humano se sujeita a uma humilhação.Se todos concordam , como eu, ficaram na certa desconfiados.
Moro em São Paulo, zona Sul, entre tantos bairros existe um mais conhecido ,devido a seu grande número de lojas e comécios de todos os tipos ,entre eles, e acho que não havendo seria execessão ,comércio ilegal de pequenas lojas, os famosos camêlos.Entretanto , até ai, é um fenômeno comun de qualquer país em sub-desenvolvimento em que as demandas de empregabilidade não dão conta - disso todos sabem - e a infra estrutura é assim ,de uma maneira leiga, sem infra estrutura mesmo, em qualquer ramificaçõa social.Sei lá, se isso é por conta de colonização, ou por descuido apenas.É assim.
Até pouco tempo não existia uma fiscalização tão rígido neste tipo de comércio, mas o novo - que já esta ficando velho- prefeito Gilberto Kassab, deciciu botar um fim neste meio ílicito de trabalho. Eu até entendo que o comercio informal atrapalhe as grandes lojas que pagam seus imposto , e também que esse tipo de comerciante não podendo ser de fato fiscalizado, propague a pirataria de produtos que não pagam impostos ,além da pirataria, produtos traficados para burlar as leis alfandegárias.
Mas , será que seres humanos merecem estar acuados como eu os vi?
Será mesmo que - de uma forma ou de outra - levar comida pra casa valha ser coagido por homens que têm estampados em suas camisetas :Cidade Limpa .O que o ser humanos pode resistir para vestir-se, pagar as contas e comer?E de novo pergunto, quanta humilhação se pode aguentar?
Não sei, mas no meu ponto de vista, ser caçado por uma policia que tenha estampado BOPE na camiseta , parece ao menos, menos humilhante que uma policia com uma camiseta ,cidade limpa.
Não sei o que poderia ser feito para legalizar esse tipo de comércio, mas sei que se não podemos deixá-los vender seus produtos, deixê-mo-nos ter dignidade.


Ramon Chaves . 23/11/07

Tuesday, October 23, 2007

VERDES QUE NÃO VEJO

QUE JARDINS SÃO ESSES...
QUE NÃO VEJO?
JARDIM DAS ROSAS, JARDIM IRENE
JARDIM CASTRO ALVES, JARDIM VAZAME
JARDIM SELMA, MONTE AZUL
SÃO BERNADO, CAMPO BELO
JARDIM SANTO EDUARDO, IMBÉ
JARDIM COMERCIAL, DOM JOSÉ
QUE JARDINS SÃO ESSES QUE NÃO VEJO...
CADÊ O VERDE, OS PÁSSAROS A CANTAR
CADÊ O JARDIM QUE NÃO VEJO
CADÊ O JARDIM ONDE ESTÁ?
VEJO BECOS E VIELAS
BARRACOS AMONTOADOS
CRIANÇAS BRINCANDO DESCALÇAS...
CRIANÇAS BRINCANDO NO BARRO
E O VERDE NA TUREZA
PARQUES QUE NÃO EXISTEM
PARQUE FERNANDA, SANTO ANTÔNIO
PARQUE IPE, ARARIBA
PARQUE DOM PEDRO, PIRAJUSSARA
PARQUE DO LAGO, NOVO MUNDO
QUE PARQUES SÃO ESSES QUE NÃO VEJO...
OH! QUAL SERIA O MEU DESEJO
DE SENTIR O CHEIRO DO VERDE NO AR
CADÊ O PARQUE QUE NÃO VEJO
CADÊ O PARQUE ONDE ESTÁ?*



*Fuzzil

Friday, October 19, 2007

Blog.


De cara nova, para tornar a leitura um pouco mais confortável.
agradeço a todos .
grande abraço;

Café com Letras.

Coluna :O viver me provoca

Manifesto da indgnação;

Acabo de assitir o novo ícone de aldiência do cinema nacional: Tropa de Elite , vulgo BOPE.
E também fiquei indignado.A subtração dos sentimentos que vão sendo expostas nas personagens não passou, pra min, de ato simbólico do quadro da situação real,cotidiana, da população brasileira .População não, porque o termo população em terras TUPINIQUINS se subdvide, em POVO e elite .É do povo o sentimento de conformismo.É do povo, que vê as cenas se tornarem rotineiras em seus quintais.É o povo que vê seus filhos se tornarem traficantes , porque a ambição humana não permitiu a eles, os filhos, se conformarem em não usar a roupa da moda , ou não viver na MALHAÇÃO.Sim , pois não se enganem , em terras TUPINIQUINS ,povo ou elite,índio qué apito, quer comida, quer vida!
O que mais me intriga é o "cordial" comentario que escutei , da minha família, após o filme:
"BANDIDO TEM QUE MORRER MESMO" .Isso de fato me choca , entristece.
A que ponto estamos? Será que estamos tão alienadas que desejamos a morte de gente , (Acredito que na maioria das vezes quem pode escolher não se torna traficante) que poderia ser bem melhor que estatística?
Deus, será que não sabemos que traficante morto , virá noticia hoje, estatística amanhã e passado depois,e, que sá, um documentariozinho?
Enquanto o consumo de drogas não for controlado, infelizmente, haverá traficantes .Temos as receitas de dezenas de países que conseguiram controlar essa situação, desde punições mais severas até a liberação controlada do uso da droga.
Por quanto tempo terei de ouvir, da minha família até ,que a solução é a morte de criminosos?Não quero defender criminosos, mas não quero ver os filhos desta gente (POVO) morrer mais.

No mais, desisti de apelar a governantes, isso é só mais um texto desesperado que não muda nada.

No fim digo...( quanto a minha família, e provavelmente a de vocês)

"Senhor pedoaí-vos ,eles não sabem o que DIZEM"


A opinião do autor.


Ramon Chaves.

Wednesday, October 17, 2007

A Balada da Herança.

Nota prévia:
'Finalmante mais um texto do Marcio .
Agradecido Marcio obrigado cara" Ramon Chaves.


A balada da herança.
Veja o olhar triste do negro
Ao ver seu irmão no tronco.
Apanhando por tentar fugir
Ir correndo pro quilombo.
Veja a linda negra rezando,
Pedindo a proteção,
Pra que de forças para o negro
Se livrar da escravidão.
Zumbi grande guerreiro,
Que morreu lá por Palmares.
O dia nunca é feliz
Pra quem não tem a liberdade.
Solitário é o negro,
Pois vive acorrentado.
E não sabe o valor de ser livre
Nem o que é ter vaidade.
Sonha em um dia tê-la,
Mas nem sabe o que é.
Pois trabalha o dia inteiro,
Cortando cana, colhendo café.
Mas sabem da capoeira
E Nela botam fé.
Pois tem uma ginga bem maneira
De não deixar ninguém de pé.
A capoeira é a esperança,
Por que ela tem muito axé.
Pois liberdade não é vingança.
E a liberdade o negro a quer.
A vingança deixa por conta
De Deus quando vier.
O negro quer o amor,
O negro quer se casar.
Negro e índio foi meu avô,
Que nasceu em Belém do Pará.
De nada físico lhe pareço,
Mas o mais belo eu pude herda.
O jeito índio de ser
E a capoeira pra jogar.
De Pernambuco também tenho a poesia.
Eis que sou poeta do amor,
Da dor e de Maria.
Maria minha mãe,
Mais bela que a poesia,
De uma vida triste e sofrida.
Mas de muitas alegrias.
Maria da pele branca e macia,
Dos cabelos pretos e lisos.
De uma inocência sem igual
Herdada de seu pai índio.
Oh, os índios eis que também muito sofreram
Nas mãos dos brancos malditos.
Que não eram poetas
E nem tão pouco amigos.
E por serem mais fortes e organizados
Mataram muitos índios.
Fazendo da real população brasileira
De sua própria terra
Quase serem extintos.
E sofrem muito
Por não poderem ser
Quem realmente são.
Andar nu e inocente
Adorar a terra querida,
A lua bonita e sol estrela de fogo.
Mudaram seu jeito de ser
Seu jeito de adorar.
Pois Deus é a terra
A lua, o sol e o ar.
Que diferença faz
O jeito de adorar?
A bela índia nua chora
Chora ao cantar,
Pois sente a dor do sofrimento
E a maldade aumentar.
Os índios são médicos
E sabem amar,
Mas também se preciso
Sabem odiar.
Pois é lindo um arco e flecha,
Mas é feito pra matar.
Tão perfeito é o machado
Que foi feito pra cortar.
Tão igual ao amor és belo,
Mas de nada me serve
Senão pra machucar.
E isso faz o amor ser real
Enquanto durar.
Pois ninguém nasce nessa vida
E morre sem amar.
Marcio Vidal Marinho.
.

Tuesday, October 16, 2007

noticias

Semana passada foi maravilhosa pro mundo cultural e literário em Sampa.

O corredos literário foi ótimo e todos que puderam aproveitar , no mínimo se divertiram.

Tivemos o aniversário , feliz data, do Criadro de Macunaíma, Mario de Andrade e, também o aniversário , nem tão bom assim, da morte do querido Amigo Guevara.

Enfim . também lamentamos muito pela morte do espétaculo Paulo Autran.

Ai de nós.

Quero também comunicar as novas postagens que estão por vir, que incluem desde a publicação de alguns textos do poeta , novo conhecido, Berimba de Jesus, que ao ser perguntado que tipo de literatura escreve , diz entre outras coisas " A literatura é universal a minha é maloqueirista".Também coisas novas do Marcio Vidal ...Que vive a me enrrolar...

Aguardem e muito obrigado.

Friday, October 12, 2007

Luto.

Acabo de chagar do corredor literário, evento que esta acontecendo na Avenida Paulista.
E recebo a triste noticia da morte de um dos melhores atores que a dramaturgia brasileira já teve.


Morre no dia 12/10 Paulo Autran.

Amanhã,mais novidades.
boas e ruins.

Monday, October 08, 2007

Parabéns

A Mario de Andrade. 09/10

Criador de Macunaíma ,o herói sem escrúpulos.

Friday, October 05, 2007

Famélico.

Eis em suas mãos FAMÉLICO
Poesias de Marcio e Fuzzil
Dois guerreiros periféricos
Atormentados pela fome de conhecimento.
Que não se coformam com a injustiça
existente no Mundo.
Que não esperam o tempo passar
Que vão pra cima sem dó.
Procuram passar em seus versos
o cotidiano, a simplicidade,
e a guerra.
Fuzzil morador do Capão Redondo.
Marcio morador do Jd. Ângela.
Juntos lançam esse zine poético
o primeiro de muitos que estão por vir
Preparen-se ,para os que vivem do nosso jeito
Atormentados por conhecimento...
Boa leitura.


Os autores.

Levi de Souza conhecido como FUZZIL.
Nasceu em 27/08/1976 em algum lugar de São Paulo;
Rapper, educador e poeta, integrante do grupo OS GUERREIROS.
Fundador do projeto SEJA CRIATIVO e autor do livro "UM PRESENTE PARA O GUETO".

MARCIO VIDAL MARINHO.
Nasceu em 21/05/1984 em algum lugar de São Paulo.
Educador poeta .Proponente do projeto CINESTRANSE :SEXUALIDADE E CINEMA NA ADOLESCÊNACIA.

Poesia Concreta

Amar.
Sempre amar.
Amar sempre.
Sempre.
Viver .
Intensamente viver.
Viver intensamente.
Intensamente.
Amar, viver.
Viver e amar.
Intensamente amar e viver.
Amar intensamente para viver.*
* Marcio Vidal Marinho

Trianon

Longe das ruas de Terras
Do Capão conhecido
Dos becos e vielas
Lugar onde vivo.
Longe do Parque Fernanda
Longe do gueto querido
Longe do Parque SAntos Dias
Eis me aqui... na Paulista.
Longe de casa ...só
Longe da amada ...ô
No Parque Trianon...
Cercado de árvores
Brisa na face.
Enquanto escrevo meus versos
Os pedestres passam.*
*Fuzzil

Sunday, September 30, 2007

ciclo.

Eu coleciono sentires.
Pego a cada um
e reciclo num papel qualquer.
Não há ozônio que se prive,
Não há bem que se obtenha.
Não há nada além de leitura oportunista num papel.*
*Ramon Chaves.

Fruto.

Me cai uma lágrima de alegria.
Eis que tive um filho,
fruto imaginário.
Fruto aflito.
Eis que quando escorre, a lágrima,
parece , apesar de líquida, quente.
Todo líquido é frio;
depois de passado tempo.
Toda lágrima é vã;
Depois de passado tempo.
Todo fruto cresce.
Aflito fruto cresce;
Apesar de passado tempo.*

*Ramon Chaves.

Quebrar a regra do parecer.

A angustia de me ser falhou,
O pesar que trago a min, pereceu.
O vento, o charco, tempo, tudo.
Em vão tornou-se muito,
ao ser,
ao me ser.
Ao que lhe cativa .
Ao furto inerente ao viver,
o que roubas de min,
o que pega a ti, involuntáriamente.
a triste angústia de parecer ter sentido.*

*Ramon Chaves

Sangue.

Empilho livros velhos,
velhos a outros leitores,
que pela poeira e ócio
envenenam minha saúde.
Respiro pela boca ,fria.
Talha meus lábios,sangra.
O sangue das veias escorre
que pela causa da poeira do livro,vasa,
rasga minha carne.
Mancha minha memória.
A poeira que se acostuma ao livro.
O sangue que seca , ao lábio.
Mostra a min , triste hábito,
De não sangrar a fria página.
Página que retribuiria o ato,
me mostraria, ingrato,
o prazer do sangue reciproco.*

*Ramon Chaves.

Tuesday, September 11, 2007

O Funeral.

No funeral,
de quem já nem lembro
era comida, era bebida,
era alegria.
Todos sorriam,
inchavam as panças
contavam da vida,
contavam piada,
contavam histórias,
contavam sorrizos,
contavam mentiras.
Ainda se fala do morto.
Mas quase nimguém sabe quem foi.*
Ramon Chaves

Monday, August 13, 2007

Tributo ao Sempre.

Sempre me faltou vida;
amores;
desejos;
sonhos;
quereres;
pessoas.
Mas nunca me faltou papel.*

*Ramon Chaves

Friday, August 10, 2007

Loucura.

Que raio de Loucura é esta?
Que me escede a ternura
Ultrapassa o querer
E me faz esquecer
Que a vida existe
haja você,
ou haja apenas.*
*Ramon Cheves

Sunday, July 29, 2007

Dica De Leitura:A divina Comédia ( Dante Aligheri)


Um começo estranho à primeira vista, um homen para que fuja de feras terriveis se vê impulsionado a uma viagem de transcedência e descobertas por limbos, purgatório e paraíso.Dante Aligheri , escritos italiano escreveu provavelmente em 1307 e, concluiu próximo a 1321, A Comédia ( só depois recebeu o adjetivo de Divina , quando o também escritor renomado, Giovanni Boccaccio, leu e adorou).

Confronto de valores morais em uma época onde o Clero italiano era a lei máxima longe de qualquer duvida.

No românce , o própio poeta Dante encontra outro poeta da época Virgílio ,o segundo já falecido o guia por limbos (inferno) e também purgatório.Só depois desta jornada de gênese é que Dante encontra Beatriz , uma garota que o poeta conheceu na infância e que mesmo com a idade seu amor não de desfez e, ainda, amadureceu.

Na obra (indispensável), confrontos de indeais e mensagens subliminares são encontradas.Indicada para leitores maduros , a obra, é de um carácter sofisticado e especial .Há versões em verso e prosa de A Divina Comédia.

A literatura de Dante , inspirou e inspira até hoje ,além de infindos outros escritores, obras que fogem ao prisma da literatura, como pinturas ,músicas e pesquisas de todo tipo , que envolvem desde tipologia textual até, formas culturais e de convívio para época.

Boa Leitura.

Friday, July 27, 2007

Mais uma vez Clarice.

Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,todos vazios de tua presença.Me dê a coragem de considerar esse vazio como plenitude.Faça com que eu seja a tua amante humilde,entrelaçada a ti em êxtase.Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como respostao amor materno que nutre e embala.Faça com que eu tenha a coragem de te amar,sem odiar as tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.Faça com que a solidão não me destrua.Faça com que minha solidão me sirva de companhia.Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.Receba em teus braçoso meu pecado de pensar.*

*Clarice Lispector

Thursday, July 26, 2007

trechos.

"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada."*

Clarice Lispector*



"-Meu canto é o só, mas é por todos nós."*

*Juca Chaves (Menestrel Maldito)



Nenhum homen é uma ilha isolada;cada homen é uma
particula do CONTINENTE, uma parte da TERRA se um
TORRÃO é arrastado para o MAR, a EUROPA fica
diminuída, como se fosse um PROMONTÓRIO,
como se fosse o SOLAR de teus AMIGOS ou
o TEU PRÓPRIO ;a MORTE de qualquer
homen me diminui, porque sou
parte do GÊNERO HUMANO.
E por isso não me perguntes
por quem os SINOS
dobram;eles
dobram
por ti.*
*John Donne
(Por quem os sinos dobram).
.
"-Uma palavra escrita não é uma palavra dita. É uma palavra maldita"*
*Chacal

Wednesday, July 25, 2007

Abissal. (25/07/07)

Estou cru;
Em momento pudico
Longe dos abissais do corpo.
Salgo-me, pelo gosto a lágrima.
O pensamento sangra escorrendo pelos olhos;
Tristes, salgados, ranzinzas.
-Filho , traga a tua mãe um copo d’água ,
-Traga e volte, ao retrocesso do antigo.
Subestime-se.
E seja como a morte: A Certeza.
Taciturno , trazes a min também, o transtorno,
Tragas a min o pesar
Salgue-mo-no com sal da lágrima.
E bebeis com água crua.
Crua como o corpo
Como o nu.
Gérmen como é o óvulo não fecundado.


Ramon.chaves.

Dica De leitura: O Decamerão.


Romance imperdível para quem gosta dos grande clássicos da literatura mundial.Giovanni Boccaccio , escritor italiano do século XVIII , trás em o Decamerão, narrativas de luxúria e pecado do ser humano.

Vertiginoso e inflamado, a narrativa nos leva a doçuras de uma sociedade degradada e inflamada pela luxuria e poder das elites.

Depois de uma moléstia que aplaca uma sociedade na Europa , 7 moças jovens e três rapazes fogem para planicies e desfiam narrativas dias a após dias com base em fatos que viverem ou que simplesmente escutaram de outras pessoas.

Há ao todo no romance cem(100) novelas contadas com requinte e sabedoria por cada um das 10 personagens.

um dos melhores livros que já li, ótimo para quem busque uma leitura ardente e prazerosa , além de luxuaria encontra-se nas páginas de O Decamerão parábolas e estórias muito agrádaveis que nos fazem refletir.

Muito boa leitura para quem não dispença emoção nas páginas e histórias rápidas e frenéticas.


Saturday, July 21, 2007

Dica De leitura; O Morro dos Ventos Uivantes.




Publicado em 1847 , o romance O Morro dos Ventos Uivantes é uma obra literária inglesa admirada por muitos .


A narrativa acontece no interior da Inglaterra no século XVIII e nos leva a um clima muito pitoresco , cheio de chanercas e vistas muito ricas em verde.A história gira em torno de famílias que se desenvolvem por gerações e seus conflitos. Embates de conduta moral e rivalidades românticas permeiam a narrativa da doce senhoa Ellen Dean ( narradora dos fatos das duas residências do livro , além do Morro dos Ventos Uivantes a Granja da Cruz Dos Tordos).


Um vilão que não é tão vilão, senhor Heartcliff, a escritora apesar de imatura ( na minha visão) dá sentido claro aos seus atos , de atroz baixeza , deixando claro como funcionam os sentimentos e como seres humanos são influênciados pelo que lhes acontece e, um mocinho que não é tão mocinho, estes, há aos montes no romance à começar pelo filho de Heartcliff ; Linton o pequeno e doce petulante.Além destes personagens , comuns, em qualquer romance próprio do nome ( Romântico) há tembém lindas jovens ,injustiçados , traídores e ouvintes.


Ótima leitura para mulheres, é uma narrativa doce, agrádavel e sem acontecimentos com muita ação exceto por uma ou a outra briga por impulso , para reprimir o marasmo que rodeia a leitura de vez em quando.


Quem lê Paulo Coelho , irá gostar da escritora Emily Brontë , embora sua escrita seja um pouco mais densa e profunda que a do escritor brasileiro.


O Morro dos ventos Uivantes já teve adptações para o cinema.

A alguém ex-especial.

" Vem amiga: dar-te-ei a tua ceia
e a comida que acaso desejares
e algum poema que ilumine os ares...
se me olhas
simplesmente desinteressada ."*
* Neide Archanjo (66) poeta brasileira , em Ilhas Idílcas, do Livro AS Marinhas (SALAMANDRA).

Monday, July 16, 2007

Nota.

Caros amigos leitores.

Acabo de finalmente revisar dois dos contos a muito publicados aqui :A Qualquer ;E Cirando do Amor e Cotidiano.
Embora reformulados e revisados ,sou pacivo de erros ,e se considerarem algum podem me falar sem pretensão de parecerem chatos , chaves_ramon@hotmail.com ,na verdade agradeceria.

Agradeço a todos que me Leêm , e sintan-se avontade.

Outra coisa importante é publicação no fim de semana de dois novos textos, um já foi visto por aqui: Homicídio Particular (que também será reformulado e revisado) e ;Mania de Maria ,que eu prometo a algum tempo .

Agradeço a todos e forte abraço.


Ramon Chaves

Friday, June 22, 2007

A alguém importante.

Dá trégua ao viver coletivo
Dá trégua a resignada vida brusca.
Vive e sem fazer sentido,
com guarda-chuva colorido:Dança.




tenho saudades.



Ramon Chaves.

Tuesday, June 19, 2007

Ciranda do Amor e Cotidiano ( revisado;reformulado)

O mundo parece óbvio. Acordava e uma visão pouco comum o fazia ver os pés despreocupados pela horizontal.Todos tão rápidos e frenéticos,todos os dias da mesma maneira torpe.Quando a neblina do acordar ia se dispersando, é que percebia alguns pombos,todos tão frenético quanto,buscando alimento, disputando cada migalha deixada cair por qualquer.Lembrava-se que em pouco tempo seria ele a brigar pelas migalhas deixadas cair.
Às vezes as esmolas doadas davam o bastante para o que comer, às vezes - mas disso não gostava-, tinha de recorrer ao que a sorte doaria numa lixeira tão qualquer como as pessoas e os pombos.
Levantava-se e a angústia aumentava em descobrir que permanecia invisível.Era comum,e já nem se lembrava como e a quanto tempo estava ali,mas a marquise ao menos por essa noite havia sido abrigo pitoresco.
Notava o clima e dava o veredicto: Vai continuar frio. E nem sabia se havia dito ou apenas pensado.Tinha se esquecido da própria voz,nem sequer lembrava a última conversa que tivera com alguém, só havia por muito tempo, monólogos de frases soltas.A mais comum de todas: “Pelo amor de Deus!”As pessoas gostava de ouvir o nome de Deus , suscitava misericórdia.Todos gostam de saber que sendo misericordiosos, estão também, sendo observados “pelo amor de Deus”,isso lhes dava uma espécie de moeda de troca,e se não em vida, poderia ser descontada ao menos no céu.Um pecado aqui ,uma moedinha acolá e, ficaria tudo certo . “Espero que não esfrie mais”.Todo ser humano se vale também do artifício da esperança para sentir-se melhor,embora o ambiente lhe forçasse a ser menos homem ,seja pela aparência seja pelos modos, ainda era homem, mas não sabia disso, nem se importava com isso.Estava era mais preocupado com o clima,se esfriasse,teria de comprar outro cobertor alucinógeno num bar ,tão qualquer quanto as pessoas,pombas e, a comida, ficaria por conta da sorte às lixeiras.É mais fácil encontrar comida em lixeiras, por isso sempre ficava a segundo plano.
Seus traços animalescos, o afastava do passado. Sempre há uma marca, em qualquer vida, e sendo vida já é marcada: As lembranças. Elas vinham paulatinamente em intervalos longos, - mas ele costumava a também não gostar disso- e sempre às interrompia: “Pelo amor de Deus!” Uma moeda. Nesse dia teve um choque. –“Amanhã acordo cedo”. Um silêncio sucedeu por instantes. –“Acordo cedo, e tomo banho no abrigo”. Terminou a frase com outro intervalo de tempo. Não sabia ao certo, se pela demasiada bebedeira da noite passada, ou o fulgor do frio, a esperança havia sido despejada aos montes sobre ele naquele dia. Desde os tempos de rua, que para ele havia se tornado uma casa grande de mais, que às vezes de repentino era tomado pela esperança. Como último recurso, apegava-se a ela.Havia uma roupa a ser estreada,nunca tivera sido usada desde a vida nova,e se manteve com aspecto de nova,com cheiro de bolor ,mas aparência agradável.
Planejou o próximo dia e de novo,depois de muito tempo escutou:Risos!Estava rindo?Podia ele rir?Lembrou-se de seus filhos,como estariam?E logo percebeu que estava se lembrando,e para sanar isso: -“Pelo amor de Deus!”Outra moeda.
O dia passava na velocidade dos carros à sua frente, e depois do Sol do meio dia,o dia murchava de um todo a escuridão.Sentia-se meio réptil quando aproveitava os calores das coisas ,já que seu corpo franzino já não se aquecia sozinho.E quando não dava mais,ia a um bar qualquer e comprava um cobertor.Às vezes o cobertor além do frio,matava a fome a sede e ele próprio aos poucos.Como gostava de morrer aos poucos,gradativamente,era uma parte a menos a ser lamentada.
A noite era menos interrompida quando este estado o acompanhava: -“Pelo... Amor... de... Deus!” Uma moeda, às vezes, este estado matava também a pena e dava lugar a: “Vagabundo alcoólatra!”. Este estado matava a esperança.
O mundo parece óbvio. Acordava e numa visão pouco comum, via os pés despreocupados. E –“Pelo amor de Deus”, ia-se vivendo.

A qualquer. (reformulado;revisado)

Todas as manhãs como quem por impulso involuntário respira: levanta, e faz as mesmas coisas da mesma maneira. Era seis horas e já não se reconhecia. A pele negra reluzia ao acender o fogo do fogão usado do barraco. Havia planejado seus movimentos apenas uma única vez, depois, era como aparelho automático que tem programado as funções, bastava a ela o ato de acordar.
Quase, e quase era sempre, não sentia fome,e não se importava com isso.Acordava o marido,os filhos.O marido imundo de sempre a mesma bebedeira,lavava a cara e também não se reconhecia,mas para ele era pior ,nem ao menos recordava-se de quem era,de quem um dia foi. Sempre era daquela maneira:é assim que deve ser,imagina quando pensa; pensar gradativamente havia se tornado um ato cada vez mais raro.
Não era feliz,e não sabia também o que era ser( o que é ser feliz?),e por via das dúvidas também não era triste. Mesmo sem fome,comia:pois é assim que deve ser.Ou não se come durante o café da manhã com o marido?Mesmo que não seja o café, mesmo que não seja o marido,mas com certeza era manhã a mesma e fria fosse como fosse.
Como são bonitas as promessas,como são bonitas as novas esperanças ,renovadas dia a dia em um embrulho de cara lisa.Depois das esperanças , eram filhos,bebedeira,cafés da manhã ,dias, dias, dias.Todos tão ou mais pélagosos ou pior, pantanosos quanto.
-Toma, bebe... -dizia sobre o leite fervido. Dizia para qualquer, dizia para quem a respondesse.
O cônjuge e filhos saíam,ela ficava,o desemprego a forçava a ser desempregada doméstica.A manhã ficava mais leve,ligava o rádio na estação favorita,e pintava os semi-lábios de vermelho rubro,e sentia-se mais atraente-mas para quem?Dançava enquanto arrumava a casa e pensava no dia em que...Em qual dia mesmo?
No fundo sabia que dia não viria diferente,ou diferentes.Pensava então na próxima vida, quem sabe então acertaria? -Acertar o que? -Estava errada? Acaba vivendo,pois quem desiste não tem céu,disso sabia ,isso não a deixavam esquecer.E caso não houvesse outra vida ,quem sabe lá, o céu?-É, porque não o céu?
Não pensava muito nele,pois a vida, a outra, sabia como deveria ser,ou melhor, irá ser,gostava de ser otimista.Por isso o céu era sempre segundo plano.Mas enfim havia duas possibilidade.
Quem sofre merece o céu - Mas ela sofre?Se não sofresse mereceria ainda sim o céu?Também por via das dúvidas se considerava sofredora,e sentia-se melhor assim,mas não falava ,nem pensava em dizer algo sobre isso,e se reprimia ao pensar,tentava furtar-se a este pensamento,pois o fato de sentir-se bem a faria menos sofredora.- Por que não o céu?E se não a outra vida, o céu estava bem.
Estas horas eram de fato que tinha para si,apenas si, sem marido sem filhos,só si.Arriscava até não ser previsível dando uns gritos a frente do espelho,acompanhando os acordes da música da moda.E ria de si, com si.Ah!Estar com si era a melhor das companhias,era até quando falava mais, ria mais e vivia.
Dava o meio dia,comia,sentava-se, lia, as mesmas revistas, sempre escolhia as mesmas, gritar a frente do espelho era o menos previsível que poderia ser. Gostava de ver a seção em que aparecia uma festa .Pensava que poderia participar de festas assim na idealizada próxima vida.Ai lembrava que preferia a próxima vida, não há festas como estas no céu,há?Então era melhor mesmo a outra vida.
Dava seis horas,davam os filhos,dava marido, dava arroz pronto.
Servia e pra eles, era sempre a mesma mulher. Calada, frígida, com dor de cabeça.
Marido sentava-se à mesa,não dizia palavra.Era um monólogo-Mais arroz?Pra quem respondesse. Depois, dava novela com barulheira,davam filhos na cama, dava o bar,cheiro de cachaça,o que diziam ser sexo.Outra noite.
Todas as manhãs como quem por impulso involuntário respira: acorda e faz as mesmas coisas da mesma maneira.

Friday, January 05, 2007

Eloqüência Despropositada

A vida usurpa-me sanidade.
Não vivo, existo.
Estou a cada hora mais oscilante.
Temo,e quando falo,minto.
Minto a min o Mundo,
Minto, do mentir profundo.
Do meu ser intransigente
Quem me fala:
A tristeza eloqüente
Sobre a arrogância da vida
Que em um recipiente fisiológico
Explode em min: neurótico
Afim do cotidiano impróprio.